terça-feira, 26 de abril de 2011

moog


História

do sintetizador moog

Foi criado em 1962, quando o engenheiro Robert Moog apresentou ao mundo a primeira versão do sintetizador que foi batizado com o seu nome. A tecnologia para a construção dos sintetizadores já existia desde o começo dos anos 50 e a grande sacada do Moog foi transformar aquelas máquinas gigantes em instrumentos acessíveis aos músicos.

O "pai do sintetizador" criou a versão comercial deste instrumento que ficou bastante popular nos anos 60 e 70, fazendo parte da trilha sonora da geração flower power. No começo deste ano, Robert Moog recebeu o prêmio Grammy.

Os primeiros sintetizadores foram desenvolvidos pela empresa americana RCA entre 1952 e 1955, quando recebeu o prêmio Nobel pela invenção. A primeira versão chamava-se RCA Mk-2, que tinha dois metros de altura e cinco de comprimento. O Mk-2 só funcionava com a habilidade de engenheiros e técnicos, que gastavam muito tempo para produzir os sons. Os músicos que se aventuravam em conhecer a máquina, tinham que marcar hora no estúdio da Universidade de Columbia em Princeton, Nova York.

Robert Moog era engenheiro e físico, mas também tocava piano. A sua grande idéia para fazer do sintetizador um instrumento musical que pudesse ser controlado por músicos e não somente por técnicos, foi colocar um teclado de piano junto com os botões controladores da síntese do som. Com o Moog, era possível criar sons antes inimagináveis, interferindo nos osciladores sonoros eletrônicos e variando a modulação do som. Robert Moog trabalhava em conjunto com o engenheiro Donald Buchia, tendo como base as pesquisas teóricas e experiências práticas do alemão Harald Bode.

Mas nem tudo era maravilhoso. A maior deficiência destas primeiras máquinas é que somente era possível tocar uma nota por vez. Era um aparelho monofônico sendo impossível a execução de duetos e acordes. Ao se apertar mais de uma tecla, acontecia uma mistura dos sons, com a transformação em ruídos inaudíveis e sem identificação.

Com a sua invenção, Robert Moog criou a empresa "Moog Music In.", que desenvolveu novos modelos de instrumentos, como Moog Prodigy, o Minimoog, que foi o mais vendido, o Moog Taurus, para ser tocado com os pés nas notas baixas e os modulares Moog 111p e Moog Sistems, mais caros e difíceis de operar. Com o tempo se criou uma linhagem de aparelhos Moog, como o Moog Liberation, que tinha um formato para ser tocado como uma guitarra, o Polymoog, um sintetizador polifônico que já permita ao músico tocar várias notas ao mesmo tempo e o Memorymoog, que também era polifônico e tinha bancos de memória para gravar os sons programados. A empresa também criou o Moog Vocoder, um aparelho que ligado ao microfone transforma a voz através de vários efeitos.

Hoje com 67 anos, Roberto Moog não trabalha mais na empresa que criou e vendeu os direitos de comercialização da marca Moog. Atualmente ele é diretor de outra empresa que fundou, a "Big Briar", onde produz peças e dispositivos eletrônicos para os seus antigos instrumentos. No começo de 2002, Robert Moog foi o principal homenageado na entrega do 44o Grammy em Los Angeles. Ele recebeu a estatueta, ao lado de estrelas da música pop, pelos serviços prestados em toda a sua carreira à indústria de discos dos Estados Unidos.

O primeiro aparelho Moog foi vendido para o coreógrafo Alwin Nikolais e o segundo para o compositor de jingles Eric Siday. Mas a grande divulgadora e incentivadora para o aperfeiçoamento do Moog foi a tecladista Wendy Carlos. Wendy era engenheira de som do estúdio Gotham Recording em Nova York. Em 1965, Wendy Carlos comprou um exemplar do Moog e construiu um estúdio de gravação com oito pistas em sua casa. Em 1966 começou a gravar o disco "Switched-on Bach", com obras de Johann Sebastian Bach. Como o Moog ainda era monofônico, a gravação foi feita nota por nota, com cada timbre sendo gravado em um pista da mesa de gravação.

O resultado foi um álbum clássico, lançado em 1968, que foi o primeiro a receber o prêmio "disco de platina". Além disso, este longo trabalho de paciência, que durou cerca de dois anos, foi fiel às origens barroca da obra de Bach e ajudou a criar a popularidade do Moog como um instrumento musical. Com o disco, também se criou uma nova imagem para os sintetizadores, passando a não serem vistos como simples produtores de sons e ruídos, mas capazes de interpretar obras complexas.

A gravação do disco até ajudou a aperfeiçoar o instrumento, com Robert Moog e Wendy Carlos trocando figurinhas para melhorar a performance do sintetizador. Depois a tecladista gravou o disco "Well-Temperad Synthesizer" e compôs trilhas sonoras para o filme "Laranja Mecânica" e "O Iluminado", de Stanley Kubrik. Wendy foi uma das pioneiras no criação do estilo new age, lançando o disco "Sonic Seasonings", com o Moog sintetizando sons da natureza, de chuva, ventos, pássaros e etc. Ouça um trecho da trilha sonora de "Laranja Mecânica" e "Jesus Alegria dos Homens", interpretada por Wendy Carlos no Moog.

Mas o sintetizador caiu mesmo como um luva, para as bandas de rock progressivo do começo dos anos 70. O principal motivo para o Moog ser adotado por estas bandas, além do som ácido e viajante que podia produzir, foi o lançamento do Minimoog. Esta versão portátil podia ser levada aos palcos para as apresentações ao vivo nos grandes concertos da época. A banda Emerson Lake & Palmer foi a grande divulgadora do som do Minimoog, nas mãos do tecladista Keith Emerson. Ele foi o primeiro músico a usar o sintetizador no palco em um show ao vivo.

Emerson é considerado um dos pioneiros do rock progressivo, uma espécie de Jimi Hendrix dos teclados, com performances que incluía efeitos pirotécnicos e destruição dos instrumentos. Mas foi através de sua musicalidade que ele se destacou, levando a música clássica aos shows de rock. Keith Emerson se interessou pelo Moog em 1968, quando comprou o disco de Wendy Carlos com as gravações de Bach.

Nesta época ele tocava com a banda The Nice e só havia dois sintetizadores Moog na Inglaterra. E o tecladista conseguiu emprestar um deles para uma apresentação ao vivo. Então Emerson decidiu comprar um Moog Modular, mas teve dificuldades para montar, porque não havia manual e o sintetizador sempre desafinava ao ser transportado nas viagens com a banda.

Para tentar solucionar estes problemas, Emerson foi até Nova York conversar com Robert Moog, que disse que o Moog havia sido feito para ser usado em estúdios e desaconselhou o seu uso em shows ao vivo. Mas o tecladista convenceu Moog a procurar novas possibilidades para o instrumento e mais tarde surgiu o Minimoog, que foi sucesso de vendas e revolucionou os arranjos da música pop.

No Brasil, os sintetizadores começaram a ser usados no começo dos anos 70, principalmente pelas bandas de rock, como Casa das Máquinas e os Mutantes.













vitor dieguez n25 3A

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