sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cartola (Angenor de Oliveira)


Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1908 — Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1980) foi um cantor, compositor e violonista brasileiro.

Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela música e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violão. Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma incipiente favela.

Na Mangueira, logo conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça - seis anos mais velho - e outros bambas, e se iniciaria no mundo da boemia, da malandragem e do samba.

Com 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos - tendo terminado apenas o primário. Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido "Cartola".

Junto com um grupo amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira. Ele compôs também o primeiro samba para a escola de samba, "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 1930, em vozes ilustres como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e Silvio Caldas.

Mas no início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do sambista ter brigado com amigos da Mangueira, contraído uma grave doença - especula-se que seja meningite - ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia.

Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto (mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Graças a Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. A partir daí, o compositor é redescoberto por uma nova safra de intérpretes.

Em 1964, o sambista e sua nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego público e compondo seus sambas.

Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como "As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça), "Cordas de Aço", "Alvorada" e "Alegria". No final da década de 1970, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte, em 1980.

Discografia
*Oficiais
1974 - "Cartola"
1976 - "Cartola"
1977 - "Verde Que Te Quero Rosa"
1978 - "Cartola 70 Anos"
1982 - "Cartola - Ao Vivo"
1982 - "Cartola - Documento Inédito"

*Canções Clássicas
"Que Infeliz Sorte!" (1931, canção lançada por Francisco Alves)
"Divina Dama" - álbum "História da música popular brasileira" (RCA, 1970)
"Quem Me Vê Sorrindo" com Carlos Cachaça - álbum "Cartola"
"O Sol Nascerá" com Elton Medeiros - álbum "Cartola"
"Alvorada" com Carlos Cachaça e Herminio Bello de Carvalho- álbum "Cartola"
"Tive Sim" - álbum "Cartola"
"O Mundo É Um Moinho" - álbum "Cartola"
"Peito Vazio" com Elton Medeiros - álbum "Cartola"
"As Rosas Não Falam" - álbum "Cartola"
"Cordas de Aço" - álbum "Cartola"
"Autonomia" - álbum "Verde Que Te Quero Rosa"
"Tempos Idos" com Carlos Cachaça - álbum "Verde Que Te Quero Rosa"
*Participações
1942 - "Native Brazilian Music" - Leopold Stokowski
1967 - "A Enluarada Elizeth" - Elizeth Cardoso (participação em "Seleção de Sambas da Mangueira")
1968 - "Fala Mangueira!" - Odete Amaral, Cartola, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça
1970 - "História da música popular brasileira" - Cartola e Nelson Cavaquinho
1974 - "História das escolas de samba: Mangueira" - Vários Artistas
1975 - "MPB - 100 ao vivo" - Vários artistas
1980 - "E Vamos À Luta" - Alcione (participa da faixa "Eu Sei", de sua autoria)
1993 - "No Tom da Mangueira" - Tom Jobim e Velha Guarda da Mangueira (incluída sua gravação de "Não quero mais amar a ninguém")
*Não-oficiais
1977 - "Cartola" - este disco faz parte da coleção Nova História da Música Popular Brasileira vem acompanhado de fascículo, fotos, ilustração de Elifas Andreatoe as letras das músicas
1980 - "Adeus, mestre Cartola"
1982 - "Cartola - História da MPB"
1999 - "O Sol Nascerá"
2001 - "A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes"
*Homenagens e Tributos
1984 - "Cartola, Entre Amigos" - Vários Artistas
1987 - "Cartola – 80 Anos" - Por Leny Andrade
1988 - "Cartola - Bate outra vez..." - Vários Artistas
1995 - "Claudia Telles Interpreta Nelson Cavaquinho e Cartola" - Por Claudia Telles
1998 - "Sambas de Cartola" - Grupo Arranco
1998 - "Só Cartola" - Por Élton Medeiros e Nelson Sargento
1998 - "Cartola – 90 Anos" - Por Élton Medeiros e Márcia
2002 - "Cartola" - Por Ney Matogrosso
2003 - "Beth Carvalho canta Cartola" - Por Beth Carvalho
2008 - "Viva Cartola! 100 Anos" - Vários Artistas
Video:


Tatiana Cação de Goes - 23

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